segunda-feira, outubro 06, 2008

Praxe recolhe dadores de medula óssea em Lisboa

Recolher dadores de medula óssea foi a praxe que os alunos do sexto ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa organizaram para os novos estudantes.

Os futuros médicos andaram pelo Cais do Sodré, em Lisboa, esta quarta-feira à tarde, juntamente com uma Unidade Móvel de Saúde, da Santa Casa da Misericórdia, na tentativa de angariar o máximo de inscrições para o registo nacional e mundial de dadores de medula óssea, no qual muitos deles também se inscreveram. Reuniram-se 100 inscrições, entre alunos de medicina e transeuntes.

A ideia, já pensada há alguns anos, foi finalmente concretizada. “Há muitos mitos à volta da doação de medula”, disse Diogo Martins, aluno do sexto ano e um dos organizadores. Antes da iniciativa, caloiros e veteranos assistiram a uma palestra sobre leucemia e transplante de medula óssea, para informarem devidamente quem passava. No local, os dadores tinham de preencher um questionário sobre as suas doenças anteriores e tirar uma amostra de sangue que seguiria para análise. Depois seriam contactados para os restantes procedimentos.

A praxe foi muito bem aceite tanto por caloiros como pelos restantes dadores. Diogo Martins “não esperava uma adesão tão grande”. Para Joana Teixeira, aluna do primeiro ano, esta é uma iniciativa “muito altruísta”, mas a decisão “tem de ser consciente porque podemos mesmo ser chamados”.

José Carlos Caetano, também caloiro, disse ser necessário sensibilizar as pessoas para a doação pois “há coisas que os médicos podem fazer, mas há outras para as quais precisam da nossa ajuda”. André Pereira ia a passar e foi surpreendido por esta causa: “Entrarmos no registo de dadores de medula acho que é uma coisa muito importante, há poucas pessoas compatíveis e a oferta nunca é suficiente”. Ana Zacarias já era dadora de sangue e para ela esta “é uma iniciativa que vale a pena”.

Esta actividade contraria a ideia tradicional da praxe. “[Com estas iniciativas] podemos mudar mentalidades e se formos seguidos por outras faculdades tanto melhor”, explica Diogo Martins. Sofia Amante, aluna do primeiro ano, partilha desta ideia: “As pessoas ficaram a ver de outra maneira a praxe”.

Inês Moreira Santos


Esta é a minha primeira notícia para a cadeira de PJ e pode ser encontrada também em: NMagazine.