domingo, novembro 01, 2009

A mágica da noite


Nesta noite fria resolvi sair. O céu escuro parece estar tão perto de mim, quase que consigo tocar-lhe.

Acelero. Vejo os poucos carros ficarem para trás, naquela estrada quase deserta. Dá-me gozo ser muito mais veloz que eles. Sinto o gelo da noite na minha pele e rio-me maliciosamente sem motivo aparente. A minha gargalhada é tão sonora que ecoa por toda a vila.
De quando em vez, vejo ao longe, junto das casas, a luz alaranjada do sorriso das abóboras que me faz lembrar por que motivo resolvi sair. E continuo o meu percurso pela noite, vendo vampiros, bruxas, múmias e outros seres que me são tão familiares. Olhando atentamente, depressa distingo os verdadeiros dos falsos, e nesta noite de halloween poucos são os genuínos.
Entre risos, festas recheadas de música, eu continuo o meu caminho sem destino.
Hoje sou livre, hoje posso voar pelos céus na minha vassoura sem sofrer qualquer tipo de represália. Hoje sou igual aos outros.

quinta-feira, outubro 15, 2009

A Tempestade da Louca


Pego no isqueiro e acendo mais um cigarro. O penúltimo do terceiro maço de hoje. A noite quente convida à aventura, mas o meu espírito preferia aventurar-se a caminhar no meio de um temporal.
O sino da igreja, lá bem ao longe, toca as doze badaladas. De olhos fechados, saboreio o último bafo do cigarro, e sinto uma brisa suave e fresca que surpreende no meio do ar quente.
A Lua cheia parece sentir o calor que me rodeia pela sua cor, hoje bem mais bronzeada do que de costume.
Caminho para o interior da casa que os anos envelheceram, e fecho a porta. Procuro algo forte pela cozinha. Há falta de melhor, pego na primeira garrafa de vinho que encontro e bebo.
O som do telefone ecoa pela cozinha. Largo a garrafa meio vazia e dirijo-me contrariada para o atender.
Tal como eu temia, os poucos amigos que me restam querem que vá sair. Querem aproveitar a madrugada quente que se adivinha. De nada me vale recusar. Eles já estão à entrada de minha casa à espera.
Não me preocupo em mudar de roupa ou pentear o cabelo. Saio de casa sem me olhar ao espelho e deixo propositadamente as chaves lá dentro.
No exterior, encontro uma rapariga morena e baixa, com os seus caracóis sempre perfeitos, um rapaz de estatura média, de sardas, que condizem com o seu cabelo quase ruivo, e outro, mais alto, de cabelo preto, pálido, mas sempre com um ar amistoso, que põe qualquer um à vontade.
Ao pressentirem a minha presença, percebo que me olham um tanto ou quanto assombrados, mas nenhum diz nada. Possivelmente assustaram-se com a minha aparência. Grandes olheiras, olhos semicerrados, com uma palidez tremenda.
Entramos os quatro no pequeno e antigo carro preto da minha amiga. Perguntam-me se estou bem. Eu abano a cabeça afirmativamente. Não abro a boca, nem sequer para perguntar como estão. Não por má educação, mas simplesmente porque não consigo pensar. Estou num estado parecido com o de transe. Estou estática, o meu olhar está fixo em algo que não vejo. As expressões preocupadas dos meus amigos não me incomodam.
A noite que se previa de Verão começa a arrefecer. A Lua encalorada serve-se de nuvens escuras para se cobrir do frio e desaparece. Um vento gélido conduz a chuva até ao carro onde estamos.
Ouço-os dizer admirados que o melhor é voltarmos para casa pois parece que vem aí algum temporal. E parece que é verdade.
A estrada de terra começa a ficar alagada e as árvores dançam ao som da melodia que o vento murmura. A chuva, cada vez mais forte, bate nos vidros do carro e começa já a ouvir-se. E eu começo a despertar do meu transe.
Afasto-os e saio do carro.
Paro no meio da estrada a sentir a chuva e o vento gelados. Olho para o céu e abro os braços. Sinto-me completamente feliz, no meio da chuva que já me encharcou totalmente. Sorrio. E danço, fazendo companhia às árvores que se balançam cada vez mais.
E, finalmente, vejo um relâmpago ao longe. A ele segue-se, poucos segundos depois, um trovão tão forte que faz estremecer as velhas janelas da minha casa. Sinto-me satisfeita e acato o conselho dos meus amigos para ir para casa, tal como eles o fazem.
Ao dirigir-me à porta, recordo que não tenho chaves. Resolvo então sentar-me no patamar e assistir ao mais belo espectáculo, pelo qual não tenho de pagar.


Inês Moreira Santos

sábado, outubro 03, 2009

domingo, setembro 20, 2009

Questionando

Questiono o mundo, a mente...
Questiono os sonhos, a fantasia...
Questiono a alma e o coração.



Inês Moreira Santos

quinta-feira, setembro 10, 2009

Leve.
Estou tão leve que se saltasse no vazio talvez voasse...
Leve, quero caminhar nos meus sonhos até ti.

Tu, que és feito de mar, de sol, de nuvem, de ar.
És fogo, és arte, és magia, és força!

Tu, que tens em ti o melhor que pode existir.
Tu, que me fazes sorrir com um só olhar, que curas a minha mágoa com um só abraço.

Vem comigo mergulhar nos meus sonhos,
Vem sentir que vale a pena acreditar,
Vem mostrar-me que és real.




Inês Moreira Santos

sábado, agosto 22, 2009

LoL Magazine

Um novo projecto, uma nova revista online:

LoL Magazine

Visitem, comentem, opinem, sugiram!

E sigam-na no Twitter: LoL Magazine no Twitter

Cumprimentos *

quarta-feira, agosto 05, 2009

Snow Patrol - Run

"I'll sing it one last time for you
Then we really have to go
You've been the only thing that's right
In all I've done

And I can barely look at you
But every single time I do
I know we'll make it anywhere
Away from here

Light up, light up
As if you have a choice
Even if you cannot hear my voice
I'll be right beside you dear

Louder louder
And we'll run for our lives
I can hardly speak I understand
Why you can't raise your voice to say

To think I might not see those eyes
Makes it so hard not to cry
And as we say our long goodbye
I nearly do

Light up...

Slower slower
We don't have time for that
All I want is to find an easier way
To get out of our little heads

Have heart my dear
We're bound to be afraid
Even if it's just for a few days
Making up for all this mess."

Snow Patrol - Run

Andei a noite toda com esta música na cabeça :P

sábado, julho 18, 2009

Flor-escorpião

Sinto a tua voz no vento gélido na noite
Ela aquece-me e faz-me chegar a ti.
Só assim estou contigo.

Evitas-me.
Sou como veneno,
Tens medo que o meu toque seja fatal.
A minha beleza obscura faz com que me temas,
O mistério que tanto tentas entender.
O teu olhar curioso olha-me com receio.
O medo impede todo o amor que tens para me dar.
Achas que toda a doçura que aparento é mero fel,

Eu que sou a tua flor-escorpião.



Inês Moreira Santos

terça-feira, julho 07, 2009

Diz-me tu...

Qual é o nome do TEU coração?




Inês Moreira Santos

domingo, junho 28, 2009

Olhos tristes

Quero perder-me contigo.
Quero que me leves para o teu mundo, onde nada está errado, onde tudo é possível.
Quero tocar-te, abraçar-te, sentir-te. Sem medo, sem receio que nos condenem.
Quero os teus braços fortes em meu redor, o teu calor a aquecer-me.

Tu que, sempre belo, me olhas com esses olhos tristes.



Inês Moreira Santos

segunda-feira, junho 22, 2009

"Racista, eu?!"


A Ditirambus, no âmbito do Projecto Teatro de Intervenção Comunitária, apresenta a peça teatral RACISTA, EU?!

TEATRO IBÉRICO - Rua de Xabregas, 54 - Beato - Lisboa

DE 26 DE JUNHO A 12 DE JULHO - Sextas e Sábados - 21h30 / Domingos - 19h00

Reservas: 218682531 / 919097077 - ditirambus@netcabo.pt

Bilhetes - €8,00 (normal) - €5,00 (estudantes, 3ª idade e grupos + 10 pessoas)



Passo a publicidade. Apareçam! O grupo é muito bom e os temas muito pertinentes. Já tive a oportunidade de experimentar e é fantástico!


Inês Moreira Santos

sexta-feira, junho 19, 2009

Tudo igual...





Inês Moreira Santos

quarta-feira, junho 17, 2009

Um simples gesto diz-me mais do que todas as palavras vazias que saem da tua boca.




Inês Moreira Santos

domingo, junho 14, 2009

"Se um dia o diabo quiser faremos o crime perfeito"


(Donna Maria - Quase perfeito)

quarta-feira, junho 10, 2009

Preciso de música...


Inês Moreira Santos

domingo, junho 07, 2009

A originalidade do pecado

Vem comigo...
Vou guiar-te para o pecado.
Um muito diferente de qualquer um que já tenhas experimentado.
O meu pecado original.

Inês Moreira Santos

sábado, maio 30, 2009

Encanta-me

Encanta-me com as tuas palavras.
Simples.
Doces.
Fortes.
Encanta-me com a tua melodia.
O teu ritmo.
A tua voz.
Os teus gestos.
Encanta-me com os teus lábios.
Os teus sorrisos.
Os teus beijos.
Os teus sussurros.


Inês Moreira Santos

quarta-feira, maio 27, 2009

Aquele olhar meigo que toca à distância,
Aquele sorriso sincero que encanta,
Aquele ar snob que esconde a doçura,
Aquela voz suave que transpira inocência.

Inês Moreira Santos

sexta-feira, abril 03, 2009

"...But once I was dead there was nothing to do beside, picking me up and lying me down waiting for some angel to wake me..."

Angel Song - Silence 4

segunda-feira, março 23, 2009

Quebramos os dois

"Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extinguir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias."


Toranja - Quebramos os dois

sexta-feira, março 20, 2009

terça-feira, março 10, 2009

Sussurros das estrelas

As estrelas dizem-me que andas por aí
Que corres desesperado.
Procuras um caminho?


Inês Moreira Santos

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Intocável

Não me toques!
Sou vidro gelado.
Sou sombra, sou nada.
Pedaço de areia, pedaço de mar, pedaço de ar, pedaço de ti?
Vês-me?
Sentes-me?
Ouves-me?
A transparência do meu olhar vazio cativa-te?
A minha pele fria,
O meu respirar de gelo cortante.
Magoo-te?

A minha pele nua e pálida é feita de pedra.

Sou estátua.

Imóvel, inerte,

Vazia de sentido.

Prestes a desfazer-se em cacos.

Quero sentir a dor,

Mas não a sinto.

Nada me toca.

Nada me vê.

Nada me sente.

Nada me ouve.

Nada cativo.


Inês Moreira Santos

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Vamos...

Vamos dar as mãos e voar entre as nuvens...
De mãos dadas, vamos caminhar levemente sobre o mar, atravessando o oceano...
Vamos ganhar asas e sonhar que somos anjos...
Vamos saltar sem medo do topo da torre mais alta, ansiando pela sensação de cair no vazio.

Vamos viver no limite da loucura.
Vamos mergulhar nas sensações menos experimentadas.
Vamos sentir tudo a todo o instante.

Vamos queimar a pele sem doer.
Vamos arranhar a alma com prazer.
Vamos gritar de agonia sofucante.
Vamos rir com maldade e sem razão.

Vamos mergulhar na escuridão da noite.
Vamos caminhar sobre os raios de Sol da manhã.
Vamos andar no meio da chuva intensa de Inverno.

Vamos sorrir ao amanhecer e viver a vida num sonho...


Inês Moreira Santos

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Pedaços de loucura arranham-me a alma...
Quero cantar, quero sonhar, quero voar...
Experimentar a dor, o sonho, a realidade, a liberdade.

Inês Moreira Santos

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Quero percorrer como uma louca as margens do rio do teu corpo.
Quero sentir a melodia da noite a acompanhar a minha loucura...

Inês Moreira Santos

domingo, janeiro 18, 2009

Devaneios...

Quero mergulhar num emaranhado de emoções e experimentá-las uma a uma...


Inês Moreira Santos

domingo, janeiro 11, 2009

Quero ser livre...


E poder voar todas as noites nos sonhos do mundo...


Inês Moreira Santos

sábado, janeiro 10, 2009